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Civilização

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28
Mai18

A Cidade(Estado)de Platão

Afonso Manuel

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Por volta de 2500 anos atrás, Platão escreveu um diálogo, com uma metáfora que seria uma das mais conhecidas no ramo da filosofia, O mito da caverna.

Imagine uma comunidade de pessoas vivendo desde a infância dentro do fundo de uma caverna, presas, acorrentadas de uma maneira que só pudessem olhar para a frente de uma parede (isso seria a condição humana). Imagine que na parede, aparecessem sombras pouco nítidas do que seriam imagens de estátuas.. vasos, bacias… providas de trás de um muro onde todos estavam acorrentados. Sendo assim, seria impossível ver quem, ou o quê produzia essas imagens… todos apenas ficariam enxergando suas “sombras” na parede.

Para toda aquela comunidade que só enxerga aquelas sombras (surgindo e se desfazendo na frente deles), e não conhecem nada mais além daquela caverna, aquelas imagens viram ídolos! as imagens fantasmagóricas que vivem surgindo diante deles passam a ter um significado.

A caverna é muito pouco iluminada, existe uma escassa luz vinda do subterraneo, e os habitantes estariam condenados a viver naquela triste realidade da qual estavam acostumados desde sempre.

Seguindo com seu raciocínio, Platão imaginou que, se por acaso alguém libertasse um desses prisioneiros de sua própria ignorância e o levasse para fora da caverna, o que aconteceria?

A princípio, o prisioneiro ficaria atordoado diante da luz do sol que ofuscaria seus olhos que viveram tanto tempo condicionados “aquela realidade” de sombras e escuridão. Aos poucos, enquanto estivesse recuperando a visão.. ele observaria todo o tipo de coisas sendo banhadas pela luz, inclusive a ele mesmo, todas as imagens e sombras começariam a fazer um outro tipo de sentido… Conforme ele continuasse andando para fora da caverna, enxergaria uma infinidade de objetos incríveis que o cercava, e ainda maravilhado e em êxtase, ele se depararia com um mundo completamente diferente  oposto ao que ele conhecia antes! Apartir de agora, o prisioneiro se depararia com um universo inteiro de conhecimento diante dele! A explicação para todas as coisas estavam diante de seus olhos, podendo vislumbrar-se com o mundo das formas perfeitas!

O que aconteceria se o prisioneiro que acabou de descobrir todas as maravilhas do mundo, voltasse para dentro da caverna para contar ao grupo o que havia descoberto?

Com certeza, os habitantes do lugar iriam ridiculariza-lo abertamente, pondo em dúvida esse “universo” do qual o indivíduo fala. Ele seria completamente hostilizado, dado como um excêntrico, doido, maluco.

O que fazer então? Se excluir do grupo e guardar todo esse conhecimento para sí mesmo? ou a tarefa do homem deve estar a serviço da sociedade, e todas suas descobertas devem ser compartilhadas com todos?

Certamente a segunda opção. Porém no momento em que o homem prosseguisse com suas idéias “incômodas” para o grupo, terminaria por ser aniquilado, e assim, todos os habitantes poderiam viver em paz, presos dentro de sua própria ignorância.

 

 

 

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